quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Textos ao Vento: "Aquela Eu"

Comecei a seguir a regra da criatividade e passei a tomar café todas as manhãs. Olho para o céu, me desligo por dez segundos. Respiro fundo e sigo em frente. Pego minha mochila e lá vou eu novamente enfrentar mais uma daquelas rotinas semanais.
É estranho e um tanto irônico como a vida segue. Somos apenas vítimas de uma rotina de rotinas, se é que você vá me entender. Me pego perguntando todos os dias, se é possível ter uma vida fora delas. Porque até hoje, todas as respostas que eu encontro, me leva de volta ao "não".
De repente, me vejo em um outro lugar totalmente de onde eu costumo estar. Dali não avistava nada além do mar, com uma ajuda do sol e o som das andorinhas voando pelo céu, aquilo ficou muito mais interessante. Sentia a brisa leve e úmida em meu rosto e a areia molhada incomodando meus pés descalços. Mas, havia algo que me incomodava muito mais. Porém, de um jeito bom. Era o sorriso. Aquele meu sorriso que não via a tanto tempo. Estava sozinha, entretanto a felicidade me acompanhava.
Comecei a andar, não estava perdida só não conseguia entender o que fazia ali. Sai correndo em direção as ondas e deixei que elas me carregassem, não ligava se estava com roupa inapropriada, apenas me deixei levar. Fiquei ali por tempo suficiente para saber que não queria ir embora, não queria que aquela eu fugisse outra vez, não queria que aquilo acabasse. Era como se eu pertencesse àquele lugar como jamais pertenci a algum outro. Eu me sentia bem, após tanto tempo. Problemas não existiam ali. Minha mente que tanto costumava ser complexa, estava surpreendentemente calma.
O tempo passou, já me encontrava sentada na areia. De longe, avistava o por do sol, e do nada surgiu um grito, não um grito, um som estridente talvez.
Era o sinal avisando que a metade do dia já havia passado. E todo aquele sentimento de vazio voltou a bater dentro de mim. Acordando de meus pensamentos, percebendo que tudo acabara de ser um sonho.
Ainda consigo ouvir o som das ondas se quebrando, e as andorinhas batendo suas asas e o sorriso que me falta. Sinto que tinha que voltar, porque era como se eu pertencesse àquele lugar...

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